quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DESABAFO MATUTO

Ó nêga, se tu soubesse,
meu peito, como entristece,
quando tu me óia assim...
Pois tu num gosta de mim,
Num tá me querendo amá...

Esse teu oiá mardoso
me dá um medo horroroso
que tu só quê me mangá.
Só porque eu nasci matuto
tu me faz essa mardade...
mas se eu fosse da cidade,
fosse juíz ou professor...

Tu vinha direto ao assunto,
me chamá pra vivê junto
e no mais bonito amor.

Mais eu já sei pra donde eu vou...
Eu vou é pra capitá,
pra eu estudá o bê-a-bá,
pra sê um dotô das letra,
dos diploma e dos ané...

E, quando tu vinhé,
com esse oiá de cururu,
eu nem se quer vou oiá pra tu...
eu vou é imbora pru sú,
casá com outra muié!...

Edmar Eudes

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